sexta-feira, 30 de setembro de 2016

30 de Outubro - Dia Internacional do Tradutor

Judith Gibson

“São os autores que fazem as literaturas nacionais, mas são os tradutores que fazem a literatura universal.”

(José Saramago, escritor português)

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Cada dia que passo...

Pablo Picasso

Cada dia que passo sem sua presença
Sou um presidiário cumprindo sentença
Sou um velho diário perdido na areia
Esperando que você me leia
Sou pista vazia esperando aviões

(Esperando aviões, de Vander Lee)

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Os olhos dos dois se cruzaram...

Heinz Pinggera

“Os olhos dos dois se cruzaram naquela breve fração de segundo em que, sem pronunciar uma palavra, um homem e uma mulher que não se conhecem informam um ao outro que a noite ainda não terminou.”

(Antoine Laurain, no livro A caderneta vermelha)

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Em certa gente...

Paul Charles Chocarne Moreau

Em certa gente, a bondade
não passa de fantasia:
na aparência — santidade;
mas, no fundo hipocrisia.

(Carlos Cardoso)

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Lá na terra da vida e dos amores...


Lá na terra da vida e dos amores
Eu podia viver inda um momento...
Adormecer ao sol da primavera
Sobre o colo das virgens de Sorrento!

Eu podia viver — e porventura
Nos luares do amor amar a vida,
Dilatar-se minh'alma como o seio
Do pálido Romeu na despedida!

Eu podia na sombra dos amores
Tremer num beijo o coração sedento...
Nos seios da donzela delirante
Eu podia viver inda um momento!

Ó anjo de meu Deus! se nos meus sonhos
Não mentia o reflexo da ventura,
E se Deus me fadou nesta existência
Um instante de enlevo e de ternura...

Lá entre os laranjais, entre os loureiros,
Lá onde a noite seu aroma espalha,
Nas longas praias onde o mar suspira
Minh'alma exalarei no céu da Itália!

Ver a Itália e morrer!... Entre meus sonhos
Eu vejo-a de volúpia adormecida...
Nas tardes vaporentas se perfuma
E dorme, à noite, na ilusão da vida!

E, se eu devo expirar nos meus amores,
Nuns olhos de mulher amor bebendo,
Seja aos pés da morena Italiana,
Ouvindo-a suspirar, inda morrendo.

Lá na terra da vida e dos amores
Eu podia viver inda um momento,
Adormecer ao sol da primavera
Sobre o colo das virgens de Sorrento!

(Itália, de Álvares de Azevedo)

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Primavera - Hemisfério Sul

Di Cavalcante


Só não ama a primavera,
Nem lhe vê a luz e a cor,
Quem nada considera
Nem acredita no amor.

(Alberto Fernando Bastos)
 

Outono - Hemisfério Norte

Imagem de Aisha Yusaf



"Quando, Lídia, vier o nosso outono com o inverno que há nele, reservemos um pensamento, não para a futura primavera, que é de outrem, nem para o estio, de quem somos mortos, senão para o que fica do que passa, o amarelo atual de que as folhas vivem e as torna diferentes."

(Ricardo Reis, heterônimo de Fernando Pessoa, poeta português, em Odes)
 

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Quantos há que...

Ray Caesar

Quantos há que, alucinados
pela ambição, pelos ciúmes,
querendo apanhar estrelas,
só apanham vagalumes!…

(Décio Valente)

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Dia Internacional da Paz


Precisa-se de uma bola de cristal
que mostre um futuro grávido de paz:
que a paz brilhe no escuro
com o brilho especial que algumas
palavras possuem
mas que seja mais do que a palavra,
mais do que promessa:
seja como uma chuva que sacia a sede da terra.

(Roseana Murray, poeta e escritora infantojuvenil brasileira)

Dia Nacional da Árvore

Paul Blow


“As árvores são poemas que a terra escreve sobre o firmamento. Derrubamo-las e transformamo-las em papel para registrar nosso vazio.”

(Khalil Gibran, escritor e poeta libanês)

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Lua de São Jorge...


Lua de São Jorge, lua deslumbrante
Azul verdejante, cauda de pavão
Lua de São Jorge, cheia, branca e inteira
Oh, minha bandeira solta na amplidão
Lua de São Jorge, lua brasileira
Lua do meu coração!

(Lua de São Jorge, de Caetano Veloso)

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Não vejo mais você...

Julia Breckenreid

Não vejo mais você faz tanto tempo
Que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços
É verdade, eu não minto

(Você não me ensinou a te esquecer, de Caetano Veloso)

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

O meu amor me deixou...

Jack Vettriano


O meu amor me deixou
Levou minha identidade
Não sei mais bem onde estou
Nem onde a realidade

Ah, se eu fosse marinheiro
Era eu quem tinha partido
Mas meu coração ligeiro
Não se teria partido

Ou se partisse colava
Com cola de maresia
Eu amava e desamava
Sem peso e com poesia

(Maresia, de Adriana Calcanhoto)

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Acho que nossos caminhos se separam...

Christine Reilly

“Acho que nossos caminhos se separam aqui. Seria bom escrever uma lista de ‘eu acho’, pensou Laurent. Dominique se aproximou, passou a mão pelos cabelos dele, seu sorriso era desiludido. Belas aventuras, Laurent. Não me telefone nunca, acrescentou ela, glacial, antes de jogar fora o cigarro recém-iniciado e de voltar para dentro do restaurante. Pronto, estava terminado. Como se podia desaparecer tão facilmente da vida de alguém? Talvez com a mesma facilidade, em suma, com que se entrava. Um acaso, palavras trocadas, e é o fim dessa mesma relação.”

(Antoine Laurain, no livro A caderneta vermelha)