sexta-feira, 26 de junho de 2020

objetividade e concisão...

Wilhelm Amberg

Sobre a arte da objetividade e concisão...
Certa vez, o escritor alemão Johann Wolfgang Goethe escreveu uma longa carta para um de seus amigos e, no final, acrescentou uma nota de desculpa: “Sinto muito por mandar uma carta tão longa, mas não tive tempo suficiente para escrever uma menor.”

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Nenhum outro menino...

Laerte Agnelli

“Nenhum outro menino em seu círculo de conhecidos tinha lido o que ele tinha lido e, como tia Mildred escolhia os livros cuidadosamente para ele, assim como havia escolhido para a irmã, em seu período de confinamento, treze anos antes, Ferguson lia os livros que ela mandava com uma avidez que parecia fome física, pois sua tia compreendia quais livros iam dos seis para os oito anos de idade, dos oito para os dez, dos dez para os doze — e daí até o fim do ensino médio. Contos de fadas, para começar os Irmãos Grimm e os livros muito coloridos compilados pelo escocês Lang, depois os fantásticos e assombrosos romances de Lewis Carroll, George MacDonald e Edithh Nesbit, seguidos pelas versões de mitos gregos e romanos escritas por Bulfinch, uma adaptação infantil de Odisseia, A teia de Charlotte, uma adaptação de As mil e uma noites, remontadas com o título de As sete viagens de Simbad, o Marujo, e mais adiante, uma seleção de seiscentas páginas de As mil e uma noites originais, e no ano seguinte O médico e o monstro, contos de horror e mistério de Poe, O príncipe e o mendigo, Raptado, Um conto de Natal, Tom Sawyer e Um estudo em vermelho, e a reação de Ferguson foi tão forte ao livro de Conan Doyle que o presente que ele ganhou da tia Mildred em seu décimo primeiro aniversário foi uma edição imensamente gorda, abundantemente ilustrada, de Histórias Completas de Sherlock Holmes.”

(Paul Auster, no livro 4321)

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Do seio da floresta secular...

Clóvis Péscio

Do seio da floresta secular,
Ao abrigo do sol mais inclemente,
Gota por gota, vê-se derivar
A fonte cristalina e refulgente.

Deitada no seu leito, a murmurar.
Talvez. uma canção de amor fremente,
Reflete, no seu prisma, ao sol e ao luar,
Tudo que a cerca, a plácida corrente.

Repousa, assim, no leito, a correnteza,
Aos embalos sutis da natureza,
Como encantada Ninfa, em seu ritual.

Dorme… Depois, num sobressalto, acorda
E, como que a fremir de amor, transborda
E se espreguiça pelo branco areal…

(Faustino Nascimento, no poema A fonte)

terça-feira, 16 de junho de 2020

Ao amanhecer...

Jeffrey T. Larson

"Ao amanhecer, todas as confusões de ontem são coisas do passado. Hoje inicia-se um novo dia, um dia que nunca existiu."

(Dr. Edward Bach, médico inglês)

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Os livros, bons companheiros...

Emery Franklin

Os livros, bons companheiros,
eu bem sei, desde menino,
que são gurus verdadeiros,
decretando o meu destino.

(Marília Conceição S. Oliveira)

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Sou destituído de fé religiosa...

(não identificado)

Sou destituído de fé religiosa
mas confio. Não tenho alternativas.
Eu não conheço o engenheiro
mas entro neste prédio.
Não conheço o piloto
e embarco no avião.
Não sei quem plantou
colheu ou preparou:
mas bebo o vinho
e como o pão.

(Abel Silva, no poema Confiança)

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Eu vou pra beira do mar...

Gastão Formenti

Eu vou pra beira do mar
esperar uma sereia,
que canta as canções do Vento,
que canta as canções do Mar.

Em noite de lua-cheia,
com ela vou me casar.

No leito branco da areia,
com ela vou me deitar.

E todo o amor que incendeia
meu coração vou lhe dar.

Quando a última candeia
das estrelas se apagar,
bem sei que ela irá embora,
mas um dia há de voltar.

As sereias vão e voltam,
São como as ondas do mar…

(Luiz Peixoto, no poema Eu vou pra beira do mar)