“Onde
eu vivo não é na sombra. É por detrás do sol, onde toda a luz há muito se pôs.
Só tenho um caminho: a rua do hospital. Vivo só para um tempo: a visita. Minha
única ocupação é o quotidiano cesto onde embalo os presentes para o meu
adoecido esposo.
A
meu homem deram transfusão de sangue. Para mim, o que eu queria era transfusão
de vida, o riso me entrando na veia até engolir, cobra de sangue me conduzindo
à loucura.”
(Mia Couto, em O Fio da Missangas)
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