“Embora
adore hotéis, a experiência de morar numa casa dá chance de fazer compras no
mercado no sábado, aventurar-se até o açougue, a florista, a bodega
mamãe-e-papai, e a frutta e verdure.
De repente você está se relacionando de uma forma diferente com o lugar e,
quando permaneci algumas semanas, fiquei conhecida pelos vizinhos e comecei a
aprender os ritmos de suas vidas. Quando você está guardando as cebolas,
lavando o alho-poró, virando as páginas de um livro de culinária local, os
aromas da sua cozinha tornam-se um marco territorial. Eu morei aqui. Mesmo que por pouco tempo. Quando chega a hora de
partir, muitas vezes fico desorientada. O tomilho que plantei na porta da
frente está florindo. Minhas próprias raízes tenras invadiram o solo
estrangeiro. A angústia da mudança entra pela medula. Mesmo quando quero me mudar, o desenraizamento é
traumático.”
(Frances Mayes, em Um Ano de Viagens)
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