“Essa
justiça que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela. Enquanto
isso durmo e falsamente me salvo. Nós, os sonsos essenciais. Para que minha
casa funcione, exijo de mim como primeiro dever que eu seja sonsa, que eu não
exerça a minha revolta e o meu amor, guardados. Se eu não for sonsa, minha casa
estremece. Eu devo ter esquecido que embaixo da casa está o terreno, o chão
onde nova casa poderia ser erguida. Enquanto isso dormimos e falsamente nos
salvamos.”
(Clarice Lispector)
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