Andrew Loomis
“O senhor disse, faz tempo, que se todas as épocas
têm sua questão filosófica central, na nossa época essa questão será o
renascimento da religião como política. E assim o senhor começou a relacionar o
Islã radical e sua sexualidade bizarra com o ódio ao corpo, o corpo queimado na
automorte sacrificial. Esse é um gesto da mais profunda submissão. Sabemos que
o Ocidente tentou, nos anos 1960, remover o pai, autoritário ou não. Foi assim
que acabamos, como o senhor apontou muitas vezes e com grande proveito, com uma
cultura de mães solteiras. (…)
‘O pai — como sempre fazem os pais — voltou ou na
forma de gângster, como em O Poderoso Chefão e no seu predileto Os Sopranos, ou
na forma de autoridade religiosa. Existe também a tentativa do pai de excluir,
quando não pisotear, a sexualidade. Pelo menos nos outros. (…)
(Hanif Kureishi,
no livro A última palavra)
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