A história de Rafaela Silva no judô começou cedo,
quando ainda tinha 5 anos, em 1997. Rafaela morava na comunidade Cidade de
Deus, no Rio de Janeiro, e começou na associação de moradores do bairro. Aos
oito anos, chegou ao Instituto Reação, projeto do medalhista Olímpico Flavio
Canto. Foi lá que Rafaela conheceu Geraldo Bernardes, seu técnico e um dos seus
maiores incentivadores. Em 2008, aos 16 anos, Rafaela ganhou seu primeiro título
mais importante, em Bangcoc, na Tailândia: campeã mundial júnior. No final do
mesmo ano, Rafaela entrou para seleção brasileira de judô adulta. Em 2009,
ficou em 5° lugar em seu primeiro mundial adulto, em Roterdã, na Holanda. Em
2011, após tornar-se vice-campeã dos Jogos Pan-americanos de Guadalajara, no México,
Rafaela foi premiada com a medalha que escapou em 2009: vice-campeã mundial
adulta em Paris. Em 2012, representou o Brasil nos Jogos Olímpicos. No evento,
Rafaela foi eliminada nas oitavas de final por um usar um golpe que não era
mais aceito pelas regras. Alvo de ofensas racistas, ela chegou a pensar em
abandonar o judô, mas deu a volta por cima e seu triunfo veio em 2013, no Rio
de Janeiro, após derrotar por ippon (pontuação máxima no judô) a americana
Marti Malloy e encerrar sua a competição invicta, tornando-se a primeira
brasileira campeã mundial de judô. E ainda teve mais: conquistou a primeira
medalha de ouro brasileira nos jogos olímpicos Rio 2016. “É muito bom para as
crianças que estão assistindo ao judô agora ver alguém como eu, que saiu da
Cidade de Deus, que começou o judô com cinco anos como uma brincadeira, ser
campeã mundial e olímpica, é algo inexplicável. Se essas crianças têm um sonho,
têm que acreditar que pode se realizar, disse Rafaela na época da olimpíada.”
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