Maurício de Sousa
Tarsila nasceu em Capivari, no interior do estado
de São Paulo, e passou a infância morando nas fazendas de seu pai. Estudou no
Colégio Sion, em São Paulo, e depois em Barcelona, onde fez seu primeiro
quadro, “Sagrado Coração de Jesus”, em 1904. De volta ao Brasil, casou-se e
teve uma filha. Já separada, passou a dedicar-se às artes e teve aula de
escultura, desenho e pintura com grandes artistas da época. Em 1918, ela
conheceu Anita Malfatti, que seria, como ela, uma das expoentes do modernismo,
movimento artístico que renovou a arte brasileira. Foi nessa época que ela começou
a namorar o escritor Oswald de Andrade e passou a fazer parte de uma turma que
revolucionaria as artes no Brasil, formada também por Anita, o próprio Oswald e
os escritores Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Foi em São Paulo que ela
teve contato com a arte moderna. Antes, sua pintura era acadêmica (mais
tradicional). Em Paris, ela estudou com vários pintores cubistas, entre eles
Fernand Léger, a quem mostrou sua tela “A Negra”, um marco do modernismo. Na
França, ela se tornou amiga do compositor Villa Lobos e do pintor Di
Cavalcanti. Ela adorava oferecer almoços brasileiros, com direito a feijoada,
em seu ateliê! Em Minas, ela reencontrou as cores de sua infância, azul, rosa,
amarelo, verde, sempre puros e vibrantes, que ela amava, mas que todos chamavam
de feias e caipiras. Essas cores se tornaram marca de sua obra. Em 1928, ela
presenteou o agora marido Oswald com um quadro chamado “O Abaporu”, que
significa “antropófago”. O quadro inspirou o movimento antropofágico, que
propunha “digerir” influências europeias para formar uma identidade brasileira.
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