Amo-te,
ó minha terra, por tudo o que me tens dado:
Pelo
azul do teu céu, pelas tuas árvores, pelo teu mar;
Pelas
estrelas do Cruzeiro que me deixam anestesiado,
Pelos
crepúsculos profundos que põem lágrimas no meu olhar.
Pelo
canto harmonioso dos teus pássaros, pelo cheiro
Das
tuas matas virgens, pelo mugido dos teus bois;
Pelos
raios do sol, do grande sol que eu vi primeiro…
Pelas
sombras das tuas noites, noites ermas que eu vi depois.
Pela
esmeralda líquida dos teus rios cristalinos,
Pela
pureza das tuas fontes, pelo brilho dos teus arrebóis;
Pelas
tuas igrejas que respiram pelos pulmões dos sinos,
Pelas
tuas casa lendárias, onde amaram nossos avós;
Pelo
ouro que o lavrador arranca de tuas entranhas,
Pela
bênção que o poeta recebe do teu céu azul.
Pela
tristeza infinita, infinita das tuas montanhas,
Pelas
lendas que vêm do norte, pelas glórias que vêm do sul.
Pelo
trapo da bandeira que flamula ao vento sereno,
Pelo
teu seio maternal onde a cabeça adormeci,
Sinto
a dor angustiada de ter o coração pequeno
Para
conter a onda sonora que canta de amor por ti.
(Olegário
Mariano, em Canto de Minha Terra)
Nenhum comentário:
Postar um comentário