Cristie Henry
“O amor sobressaltava em mim. Prosperava sem medo e
veio sair pelos olhos, nariz, ouvidos, jamais pela palavra. Investi, sem
medida, no verbo amar e me vi mudo. Minha boca não exalava palavras. Beijar era
minha espuma, meu mar, meu batismo. Discordava do céu como a suavidade suprema. Quando as bocas se
entretinham debaixo do assoalho do porão, o paraíso se anunciava. Pela boca o
amor me devorava. Não projetava outro céu. O amor apaziguava minhas águas."
(Bartolomeu
Queirós, no livro Vermelho amargo)
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