Françoise Collandre
A maior
riqueza
do
homem
é
sua incompletude.
Nesse
ponto
sou
abastado.
Palavras
que me aceitam
como
sou
— eu
não aceito.
Não
aguento ser apenas
um
sujeito que abre
portas,
que puxa
válvulas,
que olha o
relógio,
que compra pão
às 6
da tarde, que vai
lá
fora, que aponta lápis,
que
vê a uva etc. etc.
Perdoai.
Mas eu
preciso
ser Outros.
Eu
penso
renovar
o homem
usando
borboletas.
(Manoel
de Barros, poeta mato-grossense, em Retrato do artista quando coisa)
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