Eastman Johnson
“Cinco dias antes do casamento, os japoneses tinham
bombardeado Pearl Harbor, e William Stoner assistiu à cerimônia com uma
confusão de sentimentos que nunca sentira antes. (...) Era a força de uma
tragédia coletiva, de um horror e de um pesar tão difusos que as tragédias
privadas e os problemas pessoais eram deslocados para outra existência, embora
intensificados pela vastidão na qual ocorriam, como se a tristeza de um túmulo
solitário pudesse ser amplificada pelo deserto que o cerca. Com uma pena que
era quase impessoal, ele assistiu àquele triste pequeno ritual de casamento e
ficou estranhamente comovido com a beleza passiva e indiferente do rosto de sua
filha e pelo soturno desespero na face do garoto. (...)
Dois meses após o casamento, Edward Frye se alistou
no exército. (...) Seis meses depois, Frye morreu numa praia de uma pequena
ilha do Pacífico, como muitos outros recrutas inexperientes que tinham sido
enviados num esforço desesperado para deter o avanço japonês. Em junho de 1942,
o filho de Grace nasceu, um menino, e ela lhe deu o nome do pai, que nunca vira
e que não poderia amar.”
(John Williams, no livro Stoner)
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