Didier Delamonica
“Eu tinha esquecido como Lagos é cara. Não acredito
na quantidade de dinheiro que os ricos da Nigéria gastam.”
“A maior parte são ladrões ou mendigos.”
Ifemelu riu. “Ladrões ou mendigos.”
“É verdade. E eles não apenas gastam muito, como
esperam gastar muito. Conheci um cara outro dia e ele me contou que tinha
aberto uma empresa de antenas-satélite há vinte anos. Isso foi quando elas
ainda eram novas neste país, por isso ele estava trazendo algo que a maioria
das pessoas não conhecia. Ele fez um plano de negócios e chegou a um preço
interessante que lhe daria um bom lucro. Outro amigo dele, que já era um homem
de negócios e ia investir na empresa, viu o preço e pediu-lhe que o dobrasse.
Se não fizesse isso, disse, os ricos da Nigéria não iam comprar o produto. Ele
dobrou e deu certo.”
“Louco”, disse ela. “Talvez sempre tenha sido assim
e nós não soubéssemos, porque não tínhamos como saber. É como se estivéssemos
olhando para uma Nigéria adulta que não conhecíamos.”
(Chimamanda Ngozi
Adichie, no livro Americanah)
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