David Blaine Clamons
“O corpo dela era longo e delicado, macio e poderoso
ao mesmo tempo, e quando ele o tocava, sua mão desajeitada parecia ficar viva
sobre a sua carne. Às vezes olhava para aquele corpo como se fosse um tesouro
posto sob sua guarda. Deixava seus dedos rudes brincarem sobre a pele úmida e
levemente rosada da coxa e da barriga e contemplava maravilhado a intrincada e
simples delicadeza de seus pequenos seios firmes. Ele se deu conta de que nunca
antes conhecera o corpo de outra pessoa e lhe ocorreu ainda que essa era a
razão pela qual, de alguma forma, sempre separava o eu das pessoas do corpo que
o continha. Por fim, ocorreu-lhe com plena consciência que ele nunca conhecera
nenhum outro ser humano com tamanha intimidade ou confiança e com o calor
humano de quem se entrega completamente ao outro.”
(John Williams, no livro Stoner)
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