sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Só, talvez, que procuras demais...


“Só, talvez, que procuras demais, que de tanta busca não tens tempo para encontrar coisa alguma. (...) Quando alguém procura muito – explicou Sidarta – pode facilmente acontecer que seus olhos se concentrem exclusivamente no objeto procurado e que ele fique incapaz de achar o que quer que seja, tornando-se inacessível a tudo e a qualquer coisa porque sempre só pensa naquele objeto e porque tem uma meta, que o obceca inteiramente. Procurar significa ter uma meta. Mas achar significa estar livre, abrir-se a tudo, não ter meta alguma. Pode ser que tu, ó Venerável, sejas realmente um buscador, já que, no afã de te aproximares de tua meta, não enxergas certas coisas que se encontram bem perto dos olhos.”

(Hermann Hesse, em Sidarta)

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