sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Não creio que se possam...

Théo Van Rysselberghe

“Não creio que se possam considerar homens todos esses bípedes que caminham pelas ruas, simplesmente porque andam eretos ou levem nove meses para vir à luz. Sabes muito bem que muitos deles não passam de peixes ou de ovelhas, vermes ou sanguessugas, formigas ou vespas.”

(Hermann Hesse, no livro Demian)

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

É difícil em tempos como estes...


“É difícil em tempos como estes: ideais, sonhos e esperanças permanecerem dentro de nós, sendo esmagados pela dura realidade. É um milagre eu não ter abandonado todos os meus ideais, eles parecem tão absurdos e impraticáveis. No entanto, eu me apego a eles, porque eu ainda acredito, apesar de tudo, que as pessoas são realmente boas de coração.”

(Anne Frank, no livro O diário de Anne Frank)

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Quando a Indesejada...

Maurice Albert Loutreuil

Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
— Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.

(Consoada, de Manuel Bandeira)

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Primavera - Hemisfério Sul

Adelson do Prado

A primavera opulenta,
Mostrando tudo que é cor,
Uma palheta aparenta
De algum notável pintor!

(Ivone Taglialegna Prado)

Outono - Hemisfério Norte

Cadmo Fausto

Árvores cheias de frutos,
com as folhas avermelhadas,
estão quietinhas, parada,
parecem ter muito sono…
que bom, estamos no outono…

(Zinda Maria Vaconcellos, em Fim de outono)

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

21 de Setembro - Dia da Árvore

Ricardo Krieger

“Quando uma árvore é cortada, ela renasce em outro lugar. Quando eu morrer, quero ir para esse lugar, onde as árvores vivem em paz.”

(Tom Jobim, maestro e compositor brasileiro)

21/09 - Dia Internacional da Paz (ONU)



“A paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos.”

(Albert Einstein, físico alemão)

terça-feira, 19 de setembro de 2017

O cravo brigou com a rosa...

Domingos Gemelli

O cravo brigou com a rosa
Debaixo de uma sacada
O cravo saiu ferido
E a rosa despedaçada

O cravo ficou doente
E a rosa foi visitar
O cravo teve um desmaio
E a rosa pôs-se a chorar

A rosa fez serenata
O cravo foi espiar
E as flores fizeram festa
Porque eles vão se casar

(Cantiga popular)

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Eu desço dessa solidão...

John O'Brien Inman

Eu desço dessa solidão
Espalho coisas
Sobre um chão de giz
Há meros devaneios tolos
A me torturar
Fotografias recortadas
Em jornais de folhas
Amiúde!

(Zé Ramalho, na música Chão de giz)

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

A mentira é sonho...

Coubert Gustav

A mentira é sonho lindo
neste meu mundo encantado.
Sonhando, minto dormindo,
mentindo, sonho acordado.

(Sinval Emílio da Cruz)

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Nunca sei como é...

Cornelis Jetses

Nunca sei como é
que se pode achar
um poente triste.
Só se é por um poente
não ter uma madrugada.
Mas se ele é um poente,
como é que ele
havia de ser uma
madrugada?

(Nunca sei, de Alberto Caeiro, pseudônimo de Fernando Pessoa)

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Assim eu quereria...

Lynn Renée Sanguedolce

Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

(O último poema, de Manuel Bandeira)

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Nós vivemos na superfície...

Gunnar Berndtson

“Nós vivemos na superfície, no nível horizontal, e no entanto, — e por isso — nós sonhamos. Animais rasteiros, às vezes chegamos tão longe quanto os deuses. Alguns voam por meio da arte, outros da religião; a maioria do amor. Mas quando voamos, podemos cair. Existem poucos pousos suaves. Podemos nos ver batendo no chão com violência, arrastados na direção de uma estrada de ferro estrangeira. Toda história de amor é uma história de sofrimento em potencial. Se não a princípio, então depois. Se não para um, então para o outro. Às vezes para ambos.”

(Julian Barnes, no livro Altos vôos e quedas livres)

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Todo homem que...

Patrick Desmet (ou De Smet) 

"Todo homem que se vende recebe muito mais do que vale."

(Barão de Itararé)
 

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Dia Internacional da Alfabetização

Joseph Christian Leyendecker

“… acho que a gramática é uma via de acesso à beleza. Quando a gente fala, lê ou escreve, sente se fez ou leu uma frase bonita. Somos capazes de reconhecer uma bela construção ou um belo estilo. Mas, quando sabemos gramática, temos acesso a outra dimensão da beleza da língua. Saber gramática é descascá-la, olhar como ela é feita, vê-la toda nua, de certa forma. E aí é que é maravilhoso. Porque pensamos: ‘Como isto é bem-feito, como é bem elaborado!’, ‘Como é sólido, engenhoso, rico, sutil!’.

(Muriel Barbery, no livro A elegância do ouriço)

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

A voz dos ventos...

Carlos H Sorensen

A voz dos ventos distantes,
dentro das conchas do mar,
são preces de navegantes,
que não puderam voltar.

(Hegel Pontes)

terça-feira, 5 de setembro de 2017

5 de Setembro - Dia do Irmão

Anna Wimbledon

"Seja legal com seus irmãos.
Eles são a melhor ponte com o seu passado.
E, possivelmente, quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro."

(Pedro Bial, em Filtro Solar)

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

O homem que quiser...

Friedrich Adolf Hornemann


"O homem que quiser conduzir a orquestra tem que dar as costas para o público."

(Max Lucado, escritor e pastor estadunidense)

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Você já voltou...

Alexander Deineka

“Você já voltou há um tempo?”, disse Obinze. Estava observando-a de novo e Ifemelu se lembrou de que, antigamente, muitas vezes sentia que ele podia ler sua mente, que sabia coisas sobre ela que ela própria podia não saber de forma consciente.
“Sim”, disse Ifemelu.
“Então você veio aqui comprar o quê?”
“O quê?”
“Que livro você queria comprar?”
“Na verdade, eu só queria encontrar você aqui. Achei que, se ver você de novo acabasse sendo algo de que eu quisesse me lembrar, então queria me lembrar de ter sido na Jazzhole.”
“Então queria se lembrar de ter sido na Jazzhole”, repetiu ele, sorrindo, como se apenas Ifemelu pudesse ter inventado aquela expressão. “Você continua honesta, Ifem. Graças a Deus.”
“Já acho que vou querer me lembrar disso.” O nervosismo dela estava se dissipando; eles haviam passado depressa pelos momentos de constrangimento necessários.
“Você precisa ir para algum lugar agora?”, perguntou Obinze. “Pode ficar um pouco?” “Posso.”
Ele desligou os dois celulares. Era uma declaração rara, numa cidade como Lagos, para um homem como ele, dar-lhe sua total atenção.

(Chimamanda Ngozi Adichie, no livro Americanah)