As minhas titias...

“As minhas titias eram suculentas, mulheres de pecado e milagres, de comer com os olhos e com os dedos, de fazerem desejos saltar, pipocar do corpo por entre os orifícios tolos, desesperando quaisquer nervos pifados. Dava gosto à boca só tê-las nos olhos, eram cheias de belas posições. Corpo de mulher, sem deixar dúvida. Com todos os contornos precisos, arredondadas curvas de não parar o vento, aerodinâmicas. Eram sinuosidades de avacalhar o juízo dos arrumadinhos, de acanhar os loucos, atiçar os tímidos e arregaçar com os nervosos.”

(Vanessa da Mata, em A Filha das Flores)