sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Ao entardecer no mato...

Benedito Calixto

Ao entardecer no mato, a casa entre
bananeiras, pés de manjericão e cravo-santo,
aparece dourada. Dentro dela, agachados,
na porta da rua, sentados no fogão, ou aí mesmo,
rápidos como se fossem ao Êxodo, comem
feijão com arroz, taioba, ora-pro-nobis,
muitas vezes abóbora.
Depois, café na canequinha e pito.
O que um homem precisa pra falar,
entre enxada e sono: Louvado seja Deus!

(Adélia Prado, no poema Bucólica Nostalgia)

Nenhum comentário:

Postar um comentário