quinta-feira, 18 de junho de 2020

Do seio da floresta secular...

Clóvis Péscio

Do seio da floresta secular,
Ao abrigo do sol mais inclemente,
Gota por gota, vê-se derivar
A fonte cristalina e refulgente.

Deitada no seu leito, a murmurar.
Talvez. uma canção de amor fremente,
Reflete, no seu prisma, ao sol e ao luar,
Tudo que a cerca, a plácida corrente.

Repousa, assim, no leito, a correnteza,
Aos embalos sutis da natureza,
Como encantada Ninfa, em seu ritual.

Dorme… Depois, num sobressalto, acorda
E, como que a fremir de amor, transborda
E se espreguiça pelo branco areal…

(Faustino Nascimento, no poema A fonte)

Nenhum comentário:

Postar um comentário